A importância da amizade para a saúde mental
Você sabia que todos os seres humanos têm necessidade de companhia? Eric Berne, criador da Análise Transacional, fala que todos nós temos necessidade fisiológicas de estímulos, contato físico e reconhecimento. E buscamos satisfazer estas necessidades em nossas relações.
A amizade é uma das principais formas de relação e fonte de preencher tais necessidades. Elas são construídas a partir do afeto e, principalmente, são escolhidas. É possível se ter amigos de uma vida inteira, cuja relação vai se transformando com o passar do tempo e das necessidades, outras que não acompanham as mudanças e ficam para trás, outras que são temporárias por uma situação específica. Estamos sempre conhecendo pessoas e tendo a oportunidade de atualizar esse leque de afetos.
Como em todas as relações da vida, uma amizade se mantém saudável quando as pessoas envolvidas conseguem aceitar o jeito de cada um, saber o que esperar de determinado amigo, suas dificuldades e possibilidades. Por isso usei o termo “leque de afetos”. Podemos ter vários amigos em nossa vida e permitir que cada um seja importante em um determinado aspecto. Por exemplo, posso ter uma amiga parceira de pegar uma praia, mas que odeia viajar. E tudo bem. Vou chamá-la para curtir uma praia comigo e a outra que curte viajar será minha companheira de férias. Isso porque ninguém tem obrigação de suprir todas as necessidades de alguém. É humanamente impossível.
Amizade é um vínculo que existe para ajudar na vida, de uma forma natural, fácil e leve. Se você perceber que suas amizades te trazem sensações negativas, dão “muito trabalho” para manter, vale ficar de olho.
Culpas, necessidade de fazer algo por obrigação, necessidade de resolver os problemas de seus amigos, necessidade de agradar constantemente, dificuldade de dizer não, necessidade de criticar, de cobrar atenção, e até a necessidade de estar sempre junto, tendo dificuldade de estar consigo mesmo e curtir sua própria companhia… são indicativos de que alguma coisa está desajustada nessa relação.
Se qualquer uma dessas situações te soa familiar, talvez esteja na hora de buscar uma terapia. Provavelmente você está assumindo um papel na relação que não é o de amigo(a). Pode ser que esteja seguindo “fórmulas” e “padrões” aprendidos no seu contexto de vida e que não estão te trazendo satisfação e felicidade nessas relações.
Isso pode ser facilmente modificado verificando suas crenças. E sabe qual a boa notícia? As relações se transformam sim! Busque sempre sua felicidade! Você tem esse direito.
Psicóloga Fabiana Bercht
CRP 05/60263